A leoa II
II
Tendo nascido em África, Luísa amava acima de tudo a sua liberdade, a liberdade que só em África se pode ter.
Assim que começou a gatinhar, ou melhor, a avançar escorregando de barriga, gostava de descobrir a casa – e acima de tudo, deliciava-se a passear na grande varanda da casa que dava para a parada do quartel..
Assim que começou a andar, gostava de ir para essa mesam parada ver os soldados e as suas formações. Qual papagaio repetia os diversos toques das cornetas, sabia de cor as senhas e as contra-senhas de tanto as ouvir. E repetia com perfeição as posições autorizadas dos soldados.
Passados três anos, a liberdade africana terminou: os pais tiveram que deixar África, regressar à metrópole – regressar, não, pois a Luísa nunca cá tinha estado.
Tudo era diferente aqui. Mas Laura não se importou. Andava calmamente de um lado para o outro a ver tudo, a apreender esta nova faceta da sua vida. Passou a ter uma família mais alargada. Aqueles primeiros anos de vida tinham sido vividos em pleno isolamento... familiar – nem um único parente, nem em 4º, 5º ou 6º grau.
A metrópole significava quatro estações do ano, duas das quais com temperaturas baixas, relações pessoais muito mais frias e distantes, hábitos de vestuário completamente diferentes e... avós e avôs, tios e tias, primos e primas. E pior ainda... uma irmã a caminho. Deixar de ser o centro das atenções, deixar de ser a mais nova. Passar a ser a do meio. Mas até a irmã nascer, havia que aproveitar todas as oportunidades de ser a mais nova, a mais engraçadinha. Acompanhava sempre que podia Natália, seguia-a mesmo como um cão de caça. Quando Natália ia para os tempos livres da escola, lá levava o seu cãozinho... sempre, sempre atrás. Quando Natália entrava numa peça da escola, Luísa também queria um papel... mesmo que fosse mínimo. Um dia até caiu nas escadas da escola, empurrada por azar por crianças mais velhas que corriam para o recreio – e nem este incidente fez com que Luísa deixasse de andar atrás da irmã...
Os anos foram passando e Luísa manteve o seu temperamento calmo que nada diria que, um dia, se tornaria uma leoa…
Tendo nascido em África, Luísa amava acima de tudo a sua liberdade, a liberdade que só em África se pode ter.
Assim que começou a gatinhar, ou melhor, a avançar escorregando de barriga, gostava de descobrir a casa – e acima de tudo, deliciava-se a passear na grande varanda da casa que dava para a parada do quartel..
Assim que começou a andar, gostava de ir para essa mesam parada ver os soldados e as suas formações. Qual papagaio repetia os diversos toques das cornetas, sabia de cor as senhas e as contra-senhas de tanto as ouvir. E repetia com perfeição as posições autorizadas dos soldados.
Passados três anos, a liberdade africana terminou: os pais tiveram que deixar África, regressar à metrópole – regressar, não, pois a Luísa nunca cá tinha estado.
Tudo era diferente aqui. Mas Laura não se importou. Andava calmamente de um lado para o outro a ver tudo, a apreender esta nova faceta da sua vida. Passou a ter uma família mais alargada. Aqueles primeiros anos de vida tinham sido vividos em pleno isolamento... familiar – nem um único parente, nem em 4º, 5º ou 6º grau.
A metrópole significava quatro estações do ano, duas das quais com temperaturas baixas, relações pessoais muito mais frias e distantes, hábitos de vestuário completamente diferentes e... avós e avôs, tios e tias, primos e primas. E pior ainda... uma irmã a caminho. Deixar de ser o centro das atenções, deixar de ser a mais nova. Passar a ser a do meio. Mas até a irmã nascer, havia que aproveitar todas as oportunidades de ser a mais nova, a mais engraçadinha. Acompanhava sempre que podia Natália, seguia-a mesmo como um cão de caça. Quando Natália ia para os tempos livres da escola, lá levava o seu cãozinho... sempre, sempre atrás. Quando Natália entrava numa peça da escola, Luísa também queria um papel... mesmo que fosse mínimo. Um dia até caiu nas escadas da escola, empurrada por azar por crianças mais velhas que corriam para o recreio – e nem este incidente fez com que Luísa deixasse de andar atrás da irmã...
Os anos foram passando e Luísa manteve o seu temperamento calmo que nada diria que, um dia, se tornaria uma leoa…
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