quarta-feira, junho 02, 2010

O meu Rock in Rio 2010_1

A cidade do Rock, como o Parque da Bela Vista em Lisboa foi baptizado pelos responsáveis do Rock in Rio, uniu gerações e classes sociais. Durante algumas horas, os problemas e as divergências foram esquecidas, para se viver um clima de paz e amor, unidos pelo amor. Divergiam desta onda os ladrões desempregados num protesto contra a Prosegur, que lhes está a roubar os empregos.
Mas pondo de parte o entretimento, a Prosegur levou a sério a sua função de segurança. É que o elevado preço dos bilhetes pode levar muitos interessados a tentarem furar o cerco e tentar uma entrada à borla. Mas não há hipóteses. Na Cidade do Rock só entra quem paga: as quatro torres de vigia de público, com altura entre os 6 metros, lembram mais torres de prisão do que dum recinto de entretenimento…
Como os organizadores estão decididos em usar o maior espectáculo de rock numa acção em defesa do ambiente, as torres de vigia são feitas de madeira Carmo, de forma a respeitar a filosofia da “Cidade do Rock” e não interferir com o meio ambiente. Também nesta linha de actuação, o Rock in Rio plantou 15000 árvores na Tapada de Mafra para assim compensar a pegada carbónica do evento.
Mas vamos ao que interessa, ou seja, à música. O tempo convidava a festivais; a noite adivinhava-se quente, sem vento, lânguida a pedir festejos ao ar livre. Pontualmente às 19h do dia 21 de Maio, o primeiro dia do festival, Marisa começou o seu espectáculo no Palco do Mundo. Mas foi Ivete Sangalo quem levou ao rubro as 81000 pessoas que enchiam o enorme recinto do Rock in Rio e que se apinhavam para saborear a enérgica cantora brasileira. Bem, mas no meio da euforia generalizada, havia amores e desamores, encontros e desencontros. Enquanto uns cantavam com ela “Beija a minha boca louca”, aquele parzinho á nossa frente mantinha a sua mina ferrada, sem um esgar de felicidade. Desamores no meio de canções eróticas. E quando todos os outros à sua volta pulavam e pulavam e pulavam enquanto se deixavam contagiar pela agitação da brasileira, o parzinho parecia que tinha pés e pernas de chumbo e mantinham-se pregados ao chão, alheios às dezenas de milhares de pessoas que quase entravam em delírio.
John Mayer seguiu-se naquele palco. Muitos aproveitaram para ir dar uma volta, avançando com esforço pelo meio da multidão, tentando chegar às várias banquinhas montadas no Parque da Bela Vista e que ofereciam inutilidades divertidas: cabeleiras rosa choque, óculos às riscas, guitarras de plástico, t-shirts, chinelas, anéis luminosos e os já famosos sofás insufláveis.
Depois do fogo de artifício subiu ao palco Shakira que animou o público adolescente. O show da colombiana foi porém pior que o da brasileira: pausas de alguns minutos entre cada canção roubaram o ritmo que se pretende ininterrupto num concerto de rock.
No sábado, já com um friozinho típico duma noite de Maio, a festa continuou, mas muito mais calma. À Cidade do Rock “só” foram 41000 pessoas, mas que conseguiram gozar com todas as calmas não só a oferta das barraquinhas como os seus cantores e bandas. Rui Veloso e Maria Rita no Palco Sunset animaram os visitantes cuja média etária já era bastante mais elevada do que na véspera. Pelo Palco do Mundo, passaram João Pedro Pais e a romântica Leona Lewis. Às 22h em ponto, Elton John começa o seu concerto – pontualidade britânica, não fosse Sir Elton ser inglês. Elton John cumpriu o seu programa já sem as extravagâncias doutros tempos. Mas agradou e pôs toda a gente a cantar o seu Candle in the wind, o Love lies bleeding, entre muitos outros clássicos. Ainda embalados pela a Your song, gozámos o fogo de artifício. Seguiram-se os Trovante, e, para quem lá ficou até de madrugada, os DJs.
Bem redondos são os números do Rock in Rio: no primeiro fim-de-semana a Ibersol disponibilizou cerca de 130 mil unidades de águas, cervejas e refrigerantes; nos quatro bares do Licor Beirão foram vendidos 10 mil caipirões. A Home Energy distribuiu 50 mil anéis luminosos durante os primeiros dois dias do Rock in Rio-Lisboa e pintou mais de 30 mil caras com tintas fluorescentes. 700 pessoas escorregaram pelo slide frente ao palco do Mundo. 17 mil visitantes viajaram na Roda Gigante. 9.600 pessoas experimentaram o Downloader do SAPO e 7000 visitantes tentaram a sorte na Montanha Russa da Santa Casa.
O que nos espera no segundo fim-de-semana?

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