quinta-feira, março 24, 2016

CAMINHO DE SANTIAGO - Dia 7

A etapa de hoje começou através de um bosque espesso de carvalhos. As folhas secas e as agulhas dos pinheiros atapetavam o chão, suavizando os nossos passos. De quando em quando riachos suavizavam  a nossa caminhada e cascatas cantavam-nos lindas cantatasb que nos faziam esquecer histórias escabrosas que ontem nos contaram de desaparecimentos de caminheiras. É que voltámos a sair muito cedo quando tudo ainda estava envolto no véu da noite. E como havia  algumas nuvens a lua cheia não conseguia iluminar o nosso caminho.  
Aos primeiros raios g de luz chegámos a São Miguel de Valga onde mesmo junto ao rio já conseguimos ver as ruínas de um moinho de água é uma linda ponte de madeira. Do miradouro do alto da vila, um lugar privilegiado, temos uma linda vista para o rio Ulla e..... uma fábrica de aglomerados e de cujas chaminés saia nuvens espessas de fumo esbranquiçado. Que pena! Um local tão bonito e com vistas tão feias. 
Comecámos a descer e logo passámos pelo cruzeiro de São Lázaro. 
Rapidamente chegámos a Pontecesures. Ao atravessarmos o rio Ulla temos à nossa espera um cruzeiro com um São Tiago com o Evangelho na mão. 



Às 9.30 chegámos a Padron. Os 10 primeiros quilómetros do dia estavam feitos. O Caminho aqui ê algo estranho pois passa pela enorme areal da feira com todas as atrações possíveis - mas tudo tapado. Atrás escondia-se  o mercado com grande oferta de peixe e marisco das rias baixas.
 Padron tem grande importância no contexto do Caminho de Santiago pois foi aqui que chegou o barco do santo. À época Padron era um importante porto fluvial. Na igreja de Santiago está guardada no altar-mor a amarra de pedra onde foi presa a corda do barco. 
Padron  é também conhecida pelos seus "pimientos de Padron... Unos pican, otros no". Na realidade, estes deveriam chamar-se "pimentos de Hebron", pois foi a esta localidade que chegaram no século XVI, vindos da América Central. Foram aclimatados pelos monges franciscano cujo convento de Santo Antonio servia igualmente de escola de missões. 
Seguimos então para Teo passando por Iria, a terra de Rosalia Castro e do Nobel Cela e por A Escravitude, onde bebemos um pouco de água da fonte milagrosa junto ao santuário que é igual à catedral de Santiago mas em ponto pequeno. 
Ficámos no albergue de Teo, com somente 20 camas que ficaram totalmente ocupadas às 15.30.



Amanhã temos a etapa mais curta do nosso caminho: 10 km. E chegaremos ao nosso destino final, Santiago de Compostela.

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