domingo, março 20, 2016

CAMINHO DE SANTIAGO - Dia 3

Hoje fizemos a "etapa rainha" do Caminho Português de Santiago. Tem este epíteto pela sua dificuldade: a passagem da serra da Labruja.



Acordámos cedo porque o despertador de um grupo de espanhóis tocou às 5h30 - felizmente com música clássica. Saímos então ao raiar da luz para esta etapa que seria dura   O princípio do caminho é feito por um estreito caminho de pedra ao lado de um riacho. Até à chegada ao sopé da serra fomos passando por várias aldeias todas elas engalanadas para a procissão do Domingo de Ramos. Connosco cruzavam-se as pessoas a caminho da igreja levando na mão raminhos de palmeira, lindamente entrançados, para serem bentos durante a missa.




Na aldeia do Arco um café serve de apoio aos caminhantes que ali ganham forças antes de começarem a subida da serra. Ao contrário do que aconteceu nos outros dois dias que caminhámos praticamente sozinhas hoje cruzámo-nos com muitos caminhantes de variadissimas nacionalidades : australianas, alemães,uma japonesa, muitos espanhóis.




Pouco depois comecámos então a subida. Ao princípio eram somente caminhos ligeiramente inclinados mas à medida que nos aproximávamos do Alto, iam-se tornando cada vez mais íngremes. Para tornar a subida ainda mais difícil os caminhos eram de pedra solta, rolante, no meio do qual corriam riachos.



Na cruz dos franceses encontramos um grupo de ciclistas do Porto qye pretendem fazer Porto-Santiago em 4 dias. Muitas pragas foram rogando à medida que subiam carregando as bicicletas à cabeça.

Segundo reza a lenda, foi enterrado vivo no sítio onde agora está a Cruz dis Franceses um soldado francês de Napoleão que foi apanhado pela população que nele se vingou de tudo o que passaram com as invasões franceses.


O caminho para o Alto da Labruja piora após a cruz dos franceses. Alguns caminheiros quase a subiram de gatas. O prazer é grande quando se atinge o cume donde se tem uma bela vista sobre o vale. O pior é que a dificuldade não termina ali. Quem sobe , desce....

O início da descida é igualmente complicado, pois o caminho é íngreme e com pedras soltas. Depois melhora e vamos passando por lugares, algo isolados na serra.

Depois de Rubiaes fomos seguindo pela via romana que ligava Bracara Augusta a Lvcvs e Astvrica. Depois de termos andado 22 km estávamos tão cansadas que não tivemos forças para continuar que parámos em Pecene onde felizmente havia um turismo rural.
Esperemos que amanhã o dia seja mais fácil.