segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Matemo











































Deixáramos a confusão de Pemba havia somente 25 minutos. A avioneta de três lugares já sobrevoara um mar com uma água totalmente cristalina com uma tão grande variedade de tons azuis e verdes que nos roubara a respiração. O mar parecia uma gigante tela.
Lá em baixo, na pequena pista de Matemo, esperavam-nos amavelmente Karen e Jason du Plessis, os diretores-gerais do Matemo Island Resort. Assim que descemos da avioneta, recebemos uma toalhinha fresca que nos alivia o calor que logo se faz sentir assim que pomos os pés em terra. À nossa frente uma tabuleta, rodeada com as bandeiras de Moçambique, do Grupo Rani e do aldeamento, dava-nos simpaticamente as boas vindas. Ainda mal chegáramos e já nos sentíamos em casa.
Uma camioneta aberta, pintada de cores alegres, levou-nos para o edifício principal, passando por muita vegetação tipicamente africana. Um potente embondeiro fixou-se imediatamente na minha lente fotográfica mental.
À entrada, um grupo de funcionários recebeu-nos efusivamente saudando-nos e oferecendo-nos um cocktail de frutos, bem fresquinho.
Ao pôr do sol, acedendo ao convite para um aperitivo antes do jantar, tivemos a oportunidade de conversar com Karen e Jason sobre Matemo e o grupo Rani que acima de tudo pretende oferecer verdadeiros santuários ecológicos em ambientes de luxo mas de grande simplicidade para que o cliente possa vivenciar a 100% o destino.
Os resorts do Grupo Rani disponibilizam aos seus clientes alojamento de luxo a nível mundial em localizações de grande beleza e biodiversidade naturais, de riqueza histórica e com oportunidades únicas e exclusivas e aventura e desporto — ou somente para relaxar e descansar.
Matemo Island Resort tem 24 chalés, situados em cima da praia, com casa de banho completa mais um duche exterior, protegido por uma paliçada que nos permite tomar banho tendo por cenário as águas maravilhosas do Oceano Índico.
Teve-se o cuidado de assegurar que os edifícios se integrariam nas envolvências naturais. Coberturas de macúti dão aos chalets um charme rústico; a sofisticação das habitações vem não só dos mármores usados nas casas de banho mas também das madeiras de Zanzibar e dos tapetes vindos do Dubai.
Na varanda, podemos repousar em confortáveis cadeiras de verga ou numa simpática rede. Se preferirmos estar quase em cima do mar, podemos levar para a praia as chaises-longues que também nos são disponibilizadas. Os produtos de toilete da marca Maria Garcia, com um aroma muito suave, deixam o quarto com uma fragância muito agradável.
Matemo é um das 34 ilhas coralinas do arquipélago das Quirimbas, descritas pela primeira vez pelo cronista António Bocarro em 1634, e que lembram pérolas atiradas ao mar junto à costa norte de Moçambique.
Segundo as lendas locais, o nome vem da arte de fazer as casas com pedras e caniço ou maticar, no dialeto local (se bem que em Português maticar significa latir). Tem 28 km de cumprimento e 7 de largura, por onde se espalham sete aldeias, habitadas maioritariamente por crianças — é que a população é 90% muçulmana, tendo cada homem duas, três, quatro ou até cinco mulheres. Os seus habitantes vivem essencialmente da pesca. Mal o sol nascem, os homens saem nos seus dhows, embarcações à vela, já usadas pelos árabes antes da chegada dos portugueses, regressando a meio da tarde com muito peixe e marisco. As mulheres ficam em terra e tratam das suas machambas, pequenas hortas de milho, mandioca e outros vegetais, que consomem e vendem ao hotel.
Karen e Jason du Plessis desfazem-se em amabilidades, tentando tornar a nossa estada verdadeiramente inesquecível. Na primeira noite, propõem-nos um jantar numa pequena plataforma mesmo junto ao mar sob um céu repleto de estrelas. É-nos servida uma deliciosa sopa de abóbora com coco, camarão e peixe-pedra grelhado.
No dia seguinte ao almoço, almoçamos à sombra do grande embondeiro centenário cujo enormes ramos abrigam numerosos pássaros e borboletas. A lagosta grelhada soube-nos ainda melhor.
Para relaxarmos, Joanne, a massagista da unidade, que irradiava calma e harmonia, leva-nos até ao spa, propondo-nos uma massagem feita com produtos Moya, feitos à base de plantas africanas.
Incrivelmente bela e original, Matemo oferece diversas atividades no meio dum grande palmeiral. Ideal para quem quer quebrar a rotina diária, a pequena ilha de Matemo, com somente 8 km de comprimento e 3 km de largura, oferece dias sem pressa e despreocupados.

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