segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Medjumbe—já circumnadou uma ilha?
































A comunidade de Helgoland, uma pequena ilha alemã no Mar do Norte, organiza anualmente uma festa desportiva que se resume a nadar à volta da ilha. A ilha não é tão pequena assim e as águas do Mar do Norte são geladas. No entanto, sempre que lia no jornal a notícia sobre esse acontecimento desportivo ficava com vontade de participar. Um dia hei—de fazer, pensava eu ano a pós ano.
Pois este ano, circumnadei uma ilha. Não Helgoland, não no Mar do Norte, mas no Oceano Índico. Quando cheguei à pequena ilha Medjumbe, propriedade do Grupo Rani Resorts, pensei: É hoje o dia. Tomei essa decisão ainda no avião, ao sobrevoar a ilha . Ali estava ela, pequenina com os seus 18 hectares, 1000 metros de comprimento e 350 metros de largura, perdida no meio dum mar de corais, rodeada de águas azuis turquesas tão translúcidas que tudo o que estava no seu fundo se via do avião. E o banco de areia na sua ponta lembrava um longo véu de noiva.
Victor Fernandes, diretor-geral do Medjumbe Private Island Resort, recebeu-nos pessoalmente na pista. Num pequeno carro de golfe, levou-nos os poucos metros até à entrada do hotel onde nos esperava o resto da sua equipa. Foi-nos oferecido um pano húmido para nos refrescarmos, uma deliciosa espetada de fruta tropical e um colorido cocktail de fruta, uma especialidade do barman Adamo.

Medjumbe é uma das três dezenas de ilhas que pertencem ao arquipélago das Quirimbas e que estão espalhadas na costa do Norte de Moçambique, entre a baía de Pemba e o rio Rovuma.
O xeque saudita Adel Aujan, dono do Grupo Rani, deve também ter-se apaixonado por esta pérola, elegante com um rasto de areia no final. Comprou-a e em 2005 construiu um resort para férias exclusivas.12 chalés simples mas muito sofisticados foram plantados na praia de areia branca, suficientemente afastados uns dos outros para que os seus ocupantes não se sintam. Apesar de terem à sua frente todo o Oceano Índico com as suas cálidas águas (e quando digo que as águas são quentes é porque elas são mesmo quentes: 30º no verão, 25º no inverno), cada chalé tem ao lado uma pequena whirlpool privada.
Podem perguntar: mas o que se faz numa ilha tão pequena? Não se fica com ataques de claustrofobia? Não, a ilha é um mimo e os funcionários do resort tudo fazem para que o cliente se sinta bem, como em casa – ou melhor do que em casa. Quem vem para Medjumbe quer viver o sossego, quer relaxar, quer parar a corrida do dia a dia, quer deixar o tempo correr como a areia a escorrer por entre os dedos, calma e suavemente.
Pode nadar placidamente nas águas azuis turquesa que se esbatem à frente do seu chalé.
Pode passar umas horas deitado na rede, a ouvir os sons da praia vazia. Ou horas a fio a procurar conchas na praia de areia mais branca do que a farinha de trigo. E há conchas lindas, grandes e pequenas, brancas e coloridas, lisas e com ondinhas.
Pode fazer snorkeling e descobrir que há uma variedade inimaginável de feitios e cores de peixes. Pode ir à pesca de alto mar e pescar peixes enormes daqueles que pensa que só se veem nos filmes.
E claro, no spa, a sul-africana Daniella tem uma “ementa” de massagens para nos fazer renascer, que vão da simples massagem das costas às massagens com pedras quentes aos workshops de massagens para recém-casados, durante os quais ela os ensina as técnicas básicas de massagens para relaxar.
Querendo ainda mais privacidade, pode ir até Quissanga, a ilha vizinha, ainda mais pequena, inabitada, mas que já pertence também ao Grupo Rani. O hotel prepara-lhe o cesto de piquenique que inclui uma manta aos quadrados para pôr na areia, comida de fazer crescer água na boca e uma garrafa dum bom vinho.
À noite, pode deitar-se na areia e ficar a olhar o céu estrelado.

As Quirimbas
O arquipélago das Quirimbas é sem dúvida um dos segredos mais bem guardados de Moçambique - uma longa faixa de 250 km de ilhas tropicais onde se junta uma grande riqueza marítima com uma grande riqueza histórica.
Nas suas águas, os 1500 km² do Parque Nacional da Quirimbas dão abrigo a tartarugas, golfinhos e baleias assim como uma grande variedade de peixe.
Culturalmente, as Quirimbas são igualmente importantes, com a sua grande mistura de influências árabes, holandesas, portuguesas, chinesas e indianas, tendo conhecido grande importância nos séculos XVI, XVII e XVIII com o comércio de escravos.
Mas mesmo no paraíso, chega a hora de os despedirmos. Vamo-nos embora mas levamos para sempre no nosso coração esta pequena ilha que nos acalentou a alma.

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