quarta-feira, março 21, 2012

Porquê, porquê, porquê?

A notícia veio de chofre.
- CS morreu no domingo. Atropelado. Ao ir para o emprego.
Lemos e relemos o SMS. Não podia ser verdade. Telefonámos a um amigo comum para confirmar.
- Sim, morreu. No domingo. Atropelado. Ao ir para o emprego.
Pensámos na mãe. O que e saber assim de chofre que o filho morreu. Sem se poder tr despedido. Sem o ver realizar os seus sonhos.
-Mãe, quando eu for grande quero ser….
Nada. Todos os sonhos ceifados pela raiz. 20 anos de sonhos terminados abruptamente ao atravessar a rua.
Morreu sem lhe ter dado um beijo especial de despedida. Sem o ter podido proteger.
- Adeus. Mãe, até amanhã…
…terá dito ao fechar a porta de casa para ir para mais um turno noturno.
- Adeus, até logo…
…terá dito a mãe.
Mas não houve até logo. Não houve até amanhã. Nem sequer um adeus houve. Foi-se. Para sempre. Um lugar vazio para sempre. Tudo o que iríamos fazer amanhã, depois de amanhã, no fim de semana, no verão. Nada se fará. Ao atravessar a rua, um táxi cortou pela raiz todos os planos, todos os sonhos. Toda a via.
E porquê?
Porque acabam assim de repente todos os sonhos?
Porque acabam assim de repente todos os planos?
Quem orienta o nosso destino? Porque é um jovem de 20 anos, a fazer 21 daqui a duas semanas teve de partir? Porquê, porquê, porquê?