segunda-feira, agosto 27, 2012

Elias, profeta mas um homem como nós



Gosto deste texto - 1 Re 19,4-8 - retirado do Primeiro Livro dos Reis, pois mostra-nos um profeta, Elias, muito humano, como nós. Elias andava cansado de lutar contra a maré, como tantas vezes nós andamos. Quantas vezes nos faltam a força e pensamos desistir de tudo? Ou pedimos a Deus que nos resolva os problemas, esperando que ele nos dê as soluções de mão beijado? Mas o que sempre acontece, tal como aconteceu a Elias, Deus ouviu-o e ajudou-o. Não como ele pretendia. Deus deu-lhe nova forças, “um pão cozido sobre pedras quentes e uma bilha de água”. E assim retemperado com novas energias, Elias levantou-se e seguiu o seu caminho e o seu trabalho de profeta.

Não há soluções milagrosas para os nossos problemas. Somos nós e só nós que os teremos de resolver. Deus ajuda-nos indiretamente, dando-nos forças e mostrando-nos o caminho. O problema é que muitas vezes não vimos essa ajuda.

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domingo, agosto 26, 2012

Não a Ef 5,21-32

Logo no início da missa, o padre avisou que a 2ª leitura seria polémica, “em especial para as senhoras”, mas que a ouvissem até ao fim e também atentassem nas explicações.


Foi o que fiz. E por mais explicações que o padre desse, penso que é mais do que tempo para a igreja deixar de lado a leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios, 5,21-32. Havendo tantos, tantos, tantos textos na Bíblia poder-se-ia ter escolhido um outro. Estranho por exemplo que muitíssimo raramente sejam lidos nas missas dominicais textos do livro de Ruth ou do livro de Ester, apesar de ambos serem belos e com inúmeras mensagens ao povo de Deus.

Mas voltemos à Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios e à razão pela qual se deverá evitar lê-la, apesar de a mensagem a transmitir seja, segundo o padre, mostrar a ideia da unidade da igreja, um todo entre Deus e o seu povo.

Sabemos que as mensagens transmitidas nas igrejas nas missas têm uma grande força. Só as gerações mais novas é que cresceram livres com o conceito de um Deus “humano”, um Deus bom que nos quer como somos, que nos perdoa, nos ampara nas nossas quedas. As gerações anteriores cresceram nos ensinamentos dum Deus quase “polícia”, que parecia estar em cada esquina à espera do mais pequeno tropeção, a ver se fazíamos algo de mal. Tudo o que a igreja dizia era lei que tinha de ser seguida – ou então nada mais nos restava senão o inferno.

Ouvirmos repetidamente – e este texto particular é lido várias vezes – que a mulher se tem de submeter ao homem não nos leva ao caminho da IGUALDADE. O homem e a mulher são IGUAIS, não há nem deve haver submissão alguma de um membro do casal perante o outro. Ambos são iguais. Igualdade significa que ambos estão ao mesmo plano, ambos têm de os mesmos direitos e os mesmos deveres.

Se a situarmos na História, compreende-se esta epístola de São Paulo. Nessa época o homem era a referência suprema da organização do núcleo familiar. E São Paulo que falava das pessoas que seguiam uma vida nova, a vida seguidora de Cristo, enumera nestas epístolas um conjunto de normas de conduta,

Mas nós estamos no século XXI e tal já não acontece – ou já não deveria acontecer e a igreja não deveria sequer insinuar tal. Deveria sim pôr em verdadeira prática o que o mesmo São Paulo disse “não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem e mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus” (Gal 3,28) e incentivar a que todos os membros da igreja fossem iguais.











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domingo, agosto 19, 2012

Catálogo da exposição de fotografias de Luanda, Angola (2008)

Já está online o catálogo da minha exposição de fotografias de Luanda, Angola (2008)


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quinta-feira, agosto 16, 2012

Cadernos de Viagem, nº 87: Sri Lanka