quarta-feira, setembro 30, 2009

A leoa II

II
Tendo nascido em África, Luísa amava acima de tudo a sua liberdade, a liberdade que só em África se pode ter.
Assim que começou a gatinhar, ou melhor, a avançar escorregando de barriga, gostava de descobrir a casa – e acima de tudo, deliciava-se a passear na grande varanda da casa que dava para a parada do quartel..
Assim que começou a andar, gostava de ir para essa mesam parada ver os soldados e as suas formações. Qual papagaio repetia os diversos toques das cornetas, sabia de cor as senhas e as contra-senhas de tanto as ouvir. E repetia com perfeição as posições autorizadas dos soldados.
Passados três anos, a liberdade africana terminou: os pais tiveram que deixar África, regressar à metrópole – regressar, não, pois a Luísa nunca cá tinha estado.
Tudo era diferente aqui. Mas Laura não se importou. Andava calmamente de um lado para o outro a ver tudo, a apreender esta nova faceta da sua vida. Passou a ter uma família mais alargada. Aqueles primeiros anos de vida tinham sido vividos em pleno isolamento... familiar – nem um único parente, nem em 4º, 5º ou 6º grau.
A metrópole significava quatro estações do ano, duas das quais com temperaturas baixas, relações pessoais muito mais frias e distantes, hábitos de vestuário completamente diferentes e... avós e avôs, tios e tias, primos e primas. E pior ainda... uma irmã a caminho. Deixar de ser o centro das atenções, deixar de ser a mais nova. Passar a ser a do meio. Mas até a irmã nascer, havia que aproveitar todas as oportunidades de ser a mais nova, a mais engraçadinha. Acompanhava sempre que podia Natália, seguia-a mesmo como um cão de caça. Quando Natália ia para os tempos livres da escola, lá levava o seu cãozinho... sempre, sempre atrás. Quando Natália entrava numa peça da escola, Luísa também queria um papel... mesmo que fosse mínimo. Um dia até caiu nas escadas da escola, empurrada por azar por crianças mais velhas que corriam para o recreio – e nem este incidente fez com que Luísa deixasse de andar atrás da irmã...

Os anos foram passando e Luísa manteve o seu temperamento calmo que nada diria que, um dia, se tornaria uma leoa…

terça-feira, setembro 29, 2009

A Leoa I

I

Quem diria que uma jovem tão calma, tão dedicada, fosse uma verdadeira leoa, capaz de pôr de fora as suas garras e defender o seu leão com unhas e dentes? Quem diria! E no entanto ela foi capaz disso e de muito mais.
Pensando bem, ela era mesmo uma leoa. As suas raízes africanas vinham agora ao de cima. África, leões, forças inimagináveis.

Luísa nascera em África, naquela imensidão sem fim, que só de olhar nos enche a alma. Era a segunda filha dum casal moderno e muito, muito forte. Tanto o pai, militar de profissão como a mãe, que, apesar de ser uma simples dona de casa, tinha a força... duma leoa. Fora aos 24 anos para o mato africano, longe de tudo e de todos. Laura era uma citadina nata, que detestava a incivilização do campo. E, no entanto, por amor, prescindira à sua Lisboa querida e ao seu emprego, metera-se num paquete e rumara para África para junto do homem por quem se apaixonara. A casinha onde vivia lembrava a casinha que as crianças desenham na escola com uma árvore ao lado e uma rua que começa, bem larga, na ponta da folha, e termina, bem estreitinha, junto à porta da casa. Era linda... só que não tinha luz eléctrica nem água corrente e ficava no meio do mato! Laura não se importou e, graças às suas mãos de fadas, foi-a transformando numa confortável casa. O nascimento da filha mais velha, Natália, veio-lhe ocupar verdadeiramente os dias... e fazer-lhe companhia nas longas noites africanas. Apesar de ter sempre um criado à sua porta, para o que desse e viesse, Laura tinha um medo profundo na sua alma, um medo do desconhecido, um medo do mato, até um medo dos africanos que, para ela, eram quase como selvagens. Sendo uma mulher muito forte, a ninguém mostrava esses medos. Mostrava-se uma mulher forte e feliz na sua casinha no meio do mato. Daí que o nascimento de Natália tenha sido para ela uma factor de duplo regozijo: o primeiro rebento fruto duma união baseada “no amor e no respeito”, como ela sempre dizia, e uma companhia para os dias e as noites no mato.
Passados três anos, João e Laura entendem que Natália não pode crescer como filha única e decidem-se por mais um filho. Aquele sábado de Janeiro corria quente e preguiçoso. João e Laura passaram com amigos o dia na praia.
Ao regressar a casa, rebentaram as águas à Laura. João sabe que esse é o sinal para ir para a maternidade. Chama o leal ajudante e pede que lhe arranje um carro para levar a senhora. Disponível, ali naquela zona do mato, a uns quantos quilómetros da cidade, só há um camião – e é num camião de caixa aberta que Laura vai para o hospital. Lá chegada dá de caras com o médico amigo com quem tinha estado na praia:
Então, ainda há pouco tempo estava na praia e agora já está aqui?
É verdade, senhor doutor.
Mas não me disse nada, que o nascimento estava para breve...
Para quê incomodá-lo na praia? – Retorquiu Laura, sempre forte. – Ainda faltavam muitas horas para o parto, ninguém precisava de saber o que se estava a passar comigo.
Nasce assim Luísa, e ninguém diria que aquela bebezinha tão calma, tão pachorrenta se viria a tornar numa verdadeira leoa..
A história passa-se no hemisfério Sul, onde as estações do ano são contrárias às nossas, ou seja, quando aqui temos Verão, lá temos Inverno, e quando aqui trememos de frio, os moçambicanos morrem de calor.

Passageiros da SWISS podem usar as suas milhas para compensação das emissões de carbono

Os clientes da SWISS que fazem as reservas online em SWISS.COM podem calcular imediatamente as emissões de dióxido de carbono (CO²) que a sua viagem irá gerar e compensá-las através dum donativo à fundação suíça myclimate http://swiss.myclimate.org. Podem também pagar a sua compensação opcional das emissões de carbono com milhas que acumularam no programa de passageiro frequente Miles & More.

Há já dois anos que os clientes da SWISS podem facilmente pagar um suplemento opcional ao preço do bilhete para compensar as emissões de CO² produzidas pelo seu voo. A SWISS colabora com a fundação myclimate, sedeada na Suíça, para calcular os custos da compensação do volume destas emissões de CO² atribuíveis a cada passageiros.

A partir de agora, estas compensações de carbono também podem ser pagas através do programa global de passageiro frequente Miles & More. Se o cliente assim o escolher, o número correspondente de milhas será deduzido da sua conta Miles & More.

Os valores ligados às compensações de carbono pagos pelos clientes da SWISS são investidos pela fundação myclimate em projectos cujo uso irá poupar tanto CO² como o gerado pelas suas viagens. Os projectos seleccionados promovem o uso de biomassa como combustível renovável e amigo do ambiente. Myclimate garante que os fundos investidos são usados conforme o acordado. Os projectos cumprem os critérios reconhecidos internacionalmente: foram agraciados com o “Gold Standard”, actualmente o selo mais alto que aprova os projectos de compensação do carbono com as credenciais mais altas referentes a sustentabilidade tanto em termos ecológicos como sociais.

Etiquetas: , , , , ,