segunda-feira, julho 29, 2013

A perfídia das elites

Estava na calma de fim de semana quando começo a ler a reportagem na “Revista” do “Expresso”  sobre o refúgio hippie-chique das nossas elites. Vou dando vários sobressaltos, mas fico verdadeiramente boquiaberta com a frase de Cristina Espírito Santo: “É como brincar aos pobrezinhos”!!!!. Terei lido bem? Leio e releio. Sim, é o que vem citado na reportagem.
Será que Cristina Espírito Santo não tem um mínimo de decência, de pudor? Não sabemos o que a senhora faz na vida. Na reportagem vem somente que é “filha de Jorge Espírito Santos, banqueiro administrador do BES”. Deve chegar como cartão de visita…
Em 1974, os “terrenos foram nacionalizados” – e pelos vistos com razão e quase que diria que agora deveriam fazer-lhes o mesma. Esta maneira de estar na vida – arrogante, prepotente – incentiva à revolução.  Brincar aos pobrezinhos!?! Que pobreza de espírito! Cristina Espírito Santo pode ter muito dinheiro, pertencer à elite banqueira, mas é paupérrimo de espírito. Não vale nem um cêntimo. Os pais poderão ter muito dinheiro, poderão ser muitos elegantes – segundo as revistas sociais, a mãe, Kiki Espírito Santo é considerada uma das mulheres mais elegantes de Portugal -, poderão tê-la mandado para grandes escolas, mas esqueceram o principal: educa-la no respeito pelos outros.
Dizer publicamente, numa reportagem, que comprou uma casa a um arrozeiro que poucas obras lhe fez, que a deixou rústica, que “é como brincar aos pobrezinhos” mostra um desprezo total pelo outro e uma enorme falta de respeito.
Razão tinha Zeca Afonso quando cantava: “Eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada”.  

Parabéns ao repórter, Bernardo Mendonça, pela belíssima reportagem que espelha na perfeição a perfídia das elites.

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