A perfídia das elites
Estava na calma de fim de semana quando começo a ler a reportagem na
“Revista” do “Expresso” sobre o refúgio
hippie-chique das nossas elites. Vou dando vários sobressaltos, mas fico
verdadeiramente boquiaberta com a frase de Cristina Espírito Santo: “É como
brincar aos pobrezinhos”!!!!. Terei lido bem? Leio e releio. Sim, é o que vem
citado na reportagem.
Será que Cristina Espírito Santo não tem um mínimo de
decência, de pudor? Não sabemos o que a senhora faz na vida. Na reportagem vem somente
que é “filha de Jorge Espírito Santos, banqueiro administrador do BES”. Deve
chegar como cartão de visita…
Em 1974, os “terrenos foram nacionalizados” – e pelos vistos
com razão e quase que diria que agora deveriam fazer-lhes o mesma. Esta maneira
de estar na vida – arrogante, prepotente – incentiva à revolução. Brincar aos pobrezinhos!?! Que pobreza de
espírito! Cristina Espírito Santo pode ter muito dinheiro, pertencer à elite
banqueira, mas é paupérrimo de espírito. Não vale nem um cêntimo. Os pais
poderão ter muito dinheiro, poderão ser muitos elegantes – segundo as revistas
sociais, a mãe, Kiki Espírito Santo é considerada uma das mulheres mais
elegantes de Portugal -, poderão tê-la mandado para grandes escolas, mas
esqueceram o principal: educa-la no respeito pelos outros.
Dizer publicamente, numa reportagem, que comprou uma casa a
um arrozeiro que poucas obras lhe fez, que a deixou rústica, que “é como
brincar aos pobrezinhos” mostra um desprezo total pelo outro e uma enorme falta
de respeito.
Razão tinha Zeca Afonso quando cantava: “Eles comem tudo,
eles comem tudo e não deixam nada”.
Parabéns ao repórter, Bernardo Mendonça, pela belíssima
reportagem que espelha na perfeição a perfídia das elites.
Etiquetas: brincar pobrezinhos, pobreza de espírito